Engana-se quem acha que o dólar impacta apenas o dia a dia dos consumidores. As grandes empresas também são prejudicadas com a variação da moeda, seja com ela em alta ou também em baixa.
Quando falamos em relação ao Brasil, a variação da moeda tem um impacto ainda mais expressivo. Diante disso, é importante entender como o dólar dita os mercados de muitos países, inclusive do nosso.
Tipos de dólar
A primeira coisa é saber diferenciar os tipos de dólar, que são quatro. Cada um deles atente a propósitos distintos e também possuem valores diferentes.
O dólar turismo é comprado por pessoas físicas em casas de câmbio ou bancos. Quando se viaja ao exterior, é esse tipo de moeda que será adquirido. Por ter um volume de transações baixo, o valor da moeda aumenta, o que repercute em uma cotação mais alta.
Quando falamos no dólar comercial, esse é direcionado para grandes empresas e organizações financeiras. É utilizado para negociações de compra e venda no mercado internacional que acontecem diariamente. É este tipo de dólar anunciado como cotação diária.
Já o dólar à vista é utilizado pela bolsa de valores para realizar as negociações com bancos e instituições financeiras.
E por último, o dólar paralelo é negociado fora das regulamentações cambias, sem a supervisão do Banco Central. Essa prática é comum quando o dólar é comprado de algum amigo ou familiar, ou em uma casa de câmbio fora do país.
Principais motivos da alta do dólar
São inúmeros os motivos para que o dólar aumente. Abaixo você confere os mais comuns que refletem na economia do Brasil.
1 – Balança comercial brasileira com saldo negativo
Esse resultado ocorre quando as importações são maiores que as exportações. Ou seja, saiu mais divisas do que entrou no país.
Quando os países tendem a exportar mais mercadorias para outros países, a moeda local tende a se valorizar à medida que é mais usada.
2 – Gastos de turistas do exterior
Para fazer compras em outros países, o turista brasileiro precisa comprar dólares. No entanto, deve-se notar que a taxa de câmbio para turistas difere ligeiramente da taxa de câmbio para o dólar comercial, usado como base para exportações e importações.
3 – Controle do mercado de câmbio
O regime cambial no Brasil desde 1999 é uma taxa de câmbio flutuante. Desta forma, é permitido que o valor da moeda mude conforme a oferta e a demanda do mercado.
Diante disso, em momentos de crise ou forte especulação contra o real, o governo brasileiro intervem para controlar o mercado de câmbio para que o mercado não seja tão impactado.
4 – Taxa básica de juros do Brasil e dos USA
O nível da taxa básica de juros, tanto americana quanto brasileira, influencia a cotação do dólar. Quando a taxa de juros cai no Brasil ou sobe nos EUA, é menos rentável realizar investimentos no Brasil. Desta forma, os investimentos que estavam no Brasil acabam migrando para outros países mais rentáveis.
Impactos do dólar no Brasil
Alimentos e combustíveis mais caros, como valores mais altos de produtos eletrônicos e discrepância em passagens para viajar para fora do país, são os principais impactos sentidos pelos brasileiros com o aumento do dólar. Por ser uma das moedas mais fortes em uso, o dólar acaba sendo uma referência monetária em diversos países.
Mesmo que governos e empresas possuam reservas financeiras em dólares, eventos inesperados podem desestabilizar totalmente o mercado, como a COVID-19 em 2020. Devido à pandemia, o preço do dólar disparou no Brasil, pois os investidores passaram a comprar mais a moeda por a considerarem mais segura, que traz menos perdas.
Entretanto, as adversidades causadas pela doença impactaram negativamente todos os mercados mundiais, encarecendo insumos e contribuindo para que a inflação atingisse inúmeros mercados, que ainda hoje lutam para se estabilizarem, como é o caso do Brasil e também dos EUA.