Tenha em mãos as principais notícias e análises sobre o mercado de agronegócio, além de um resumo do relatório USDA com updates do mercado físico.
VARIAÇÃO DAS COMMODITIES
PRINCIPAIS NOTÍCIAS
RELATÓRIO DO USDA PRESSIONA TRIGO E MILHO EM CHICAGO
O novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidas (USDA) sobre oferta e demanda de commodities agrícolas, divulgado nesta quarta-feira (09), pressionou as cotações do trigo na bolsa de Chicago. Os contratos do cereal para dezembro, os de maior liquidez, fecharam em queda de -2,57%, a US$ 8,0650 por bushel.
ABATE DE BOVINOS CRESCEU 11,2% NO PAÍS NO 3º TRIMESTRE
Os abates de bovinos confirmaram as expectativas e voltaram a crescer no Brasil no terceiro trimestre. Segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira (11) pelo IBGE, foram 7,806 milhões de cabeças de julho a setembro, um aumento de 11,2% ante igual período de 2021. Ante o segundo trimestre deste ano, houve incremento de 5,8%.
RAÍZEN TEVE PREJUÍZO DE R$ 933,6 MILHÕES
O aumento dos custos de produção e financeiros, por causa da alta da taxa de juros, levou a empresa a registrar prejuízo líquido de R$ 933,5 milhões no segundo trimestre desta safra 2022/23, encerrado em setembro. No mesmo período do ciclo passado, a companhia lucrou R$ 730 milhões. A companhia foi afetada pela queda dos preços dos combustíveis, que penalizou seu resultado operacional. Para compensar, aumentou o volume de vendas, principalmente para outros países da América Latina.
ANÁLISE DE MERCADO | CEPEA – ESALQ
ARROZ
Durante boa parte de outubro, um número maior de negócios foi realizado no mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul. Compradores estiveram mais ativos, mas sinalizaram dificuldades em encontrar o volume desejado. Vendedores, por sua vez, pediram preços mais elevados pelo cereal. Unidades de beneficiamento continuaram reportando dificuldades em repassar os custos da matéria-prima ao fardo, tanto no atacado quanto no varejo, mas já conseguiram trabalhar com novas tabelas de preços.
ALGODÃO
Os valores internacionais e nacionais do algodão em pluma caíram de forma significativa em outubro. A preocupação quanto à demanda por pluma e produtos têxteis diante da possível recessão global influenciou a queda nos valores. Além disso, as retrações do dólar e da paridade de exportação reforçaram o movimento de desvalorização no Brasil, à medida que levaram algumas tradings a atuarem a preços mais competitivos ao longo do mês.
AÇÚCAR
Compradores estiveram mais ativos no mercado spot do estado de São Paulo em outubro, intensificando a demanda sobretudo pelo açúcar cristal do tipo Icumsa 150. A oferta, por outro lado, seguiu restrita, devido às chuvas, que dificultaram a colheita e, consequentemente, a moagem de cana-de-açúcar no estado paulista. Nesse cenário, os preços do cristal estiveram firmes em outubro.
BOI
Os custos de produção na pecuária aumentaram devido ao preço do farelo de soja que observaram alta em outubro. Mesmo diante das desvalorizações do grão no Brasil e do derivado nos Estados Unidos. O preço da arroba de boi gordo apresentou performance destoante no mercado local e internacional, com queda de -2,55% no Brasil e alta de 5,11% na Bolsa de Chicago.
CAFÉ
Os preços do café arábica recuaram com força ao longo de outubro, chegando a operar abaixo de R$ 1.000/saca de 60 kg, o que não acontecia desde agosto de 2021. No acumulado do mês (de 30 de setembro a 31 de outubro), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, teve forte baixa de 280 Reais/saca (ou de 22%), encerrando o mês a R$ 1.005,33/saca de 60 kg. No dia 30, especificamente, o Indicador chegou a fechar a R$ 987,53/sc.
FRANGO
Em outubro, as médias de preços da maior parte dos produtos de origem avícola foram inferiores às registradas em setembro. A queda nos valores se deve principalmente à elevada oferta interna da carne e à baixa liquidez observada ao longo do mês.
ETANOL
Os preços médios dos etanóis hidratado e anidro, negociados no mercado spot do estado de São Paulo, fecharam outubro com forte avanço frente ao mês anterior. Considerando-se os Indicadores CEPEA/ESALQ das quatro semanas cheias de outubro, o hidratado teve média de R$ 2,6804/litro, elevação de 12,7% na comparação com a de setembro. No caso do anidro (somente mercado spot), a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 3,0336/litro em outubro, aumento de 6,66% sobre o do mês anterior.
MILHO
Contrariando a expectativa do setor, em outubro, as cotações do cordeiro vivo e da carcaça recuaram em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. A pressão veio da retração na demanda e do aumento da disponibilidade de animais no campo. Além disso, agentes também relataram a entrada de carne do Uruguai com preço mais competitivo.
SOJA
Os contatros futuros de soja negociados na B3 registraram menor liquidez no mês de outubro, que registrou queda nos preços do grão, pressionados pela desvalorização externa. Além disso, os produtores brasileiros mantiveram as atenções voltadas à semeadura da temporada 2022/23 e evitaram negociar o excedente da safra 2021/22. Por outro lado, a demanda externa pelo produto brasileiro esteve firme em outubro, visto que problemas logísticos nos Estados Unidos – em decorrência do baixo nível do Rio Mississipi – levaram demandantes internacionais ao Brasil.
TRIGO
Em outubro, agentes do setor tritícola nacional estiveram atentos ao avanço da colheita no País e à qualidade desse cereal, sobretudo no Paraná, aonde parte das lavouras foi prejudicada por chuvas significativas. Em Santa Catarina, estimativas indicaram aumento na produção, mas, na Argentina, o principal país fornecedor de trigo ao Brasil, os dados apontaram safra menor do que outrora esperado.
WASDE REPORT | USDA – 09. 11
TRIGO
A perspectiva para o trigo dos EUA 2022/23 para novembro é de oferta estável, aumento do uso doméstico e estoques finais ligeiramente mais baixos. As exportações de trigo permanecem inalteradas em 775 milhões de bushels. Os estoques finais projetados para 2022/23 foram reduzidos em 5 milhões de bushels para 571 milhões, o nível mais baixo desde 2007/08. O preço médio projetado da safra 2022/23 permanece inalterado em US$ 9,20 por bushel.
A perspectiva global de trigo para 2022/23 é de aumento da oferta, consumo, comércio e estoques finais. A produção mundial aumentou para 782,7 milhões, à medida que a alta produção na Austrália, Cazaquistão e Reino Unido compensam os declínios na Argentina e na União Europeia. A produção da Argentina foi reduzida devido às condições de secas generalizadas durante a maior parte de outubro.
GRÃOS
O cenário para o milho norte-americano em Novembro é de maior produção, uso residual e aumento de estoque. A produção de milho está prevista em 13,930 bilhões de bushels, um aumento de 35 milhões em relação ao mês passado. A ração e o uso residual são maiores devido ao aumento da colheita. Com o aumento da oferta, os estoques finais de milho aumentaram 10 milhões de bushels. O preço médio do milho recebido pelos produtores permanece inalterado em US$ 6,80 por bushel.
Em contrapartida, a produção global de grãos está prevista para reduzir em 1.459 mi de toneladas. A expectativa de produção de milho na União Europeia e na África do Sul diminuíram devido a um declínio de produção na Hungria e redução de expectativa na área africana. A projeção de produção de cevada é reduzida na Argentina, mas aumentada na Austrália e na UE.
PECUÁRIA, AVES E LEITE
A previsão de produção global de carne bovina aumentou em relação ao mês passado devido à maior expectativa de abate de gado. Também é previsto o aumento da produção de frangos de corte devido aos dados atuais de abate e incubatório. Por outro lado, o contrário é esperado da produção de carne suína e ovos.
A expectativa de importação e exportação de carne bovina para 2022 foi reduzida. Enquanto a previsão de importação de carne suína também foi reduzida, é esperado que sua exportação aumente. As previsões de exportação de frangos de corte foram aumentadas devido a dados comerciais recentes.
As previsões do preço de gado para 2022 e 2023 foram aumentadas, enquanto a de frango foram reduzidas. A previsão do preço de ovos aumentara, devido à expectativa de uma demanda firme e contínua.
UPDATE MERCADO FÍSICO | INSIDE RESEARCH
MILHO
Preços: Análise aponta preços estressados altamente sujeitos à volatilidade devido ao aperto entre oferta e demanda. Por outro lado, o consumo doméstico não foi alterado e já vemos o aumento na produção de etanol. Apesar do cenário otimista para os preços no médio/longo prazo, precisamos estar atentos ao curto prazo, pois o cereal deverá ter pressão na logística devido à chegada de uma safra recorde de soja e demanda fraca neste início de temporada norte-americana.
Exportação: A demanda internacional pelo milho norte-americano continua muito baixa, com as inspeções para exportação sendo as mais baixas dos últimos 7 anos. O fluxo de exportações do milho brasileiro apontou uma queda, com as tradings já sinalizando uma redução drástica nos negócios para dezembro, pensando na logística da soja. No norte do Paraná negócios para retirada imediata já negociam na casados R$ 82,00. Nessa semana já foi possível observar um aumento do interesse doméstico, porém, ofertando valores mais baixos.
Observação: Na argentina, a Bolsa de Rosário já cortou suas estimativas por conta do atraso no plantio, com o produtor aguardando a melhora do clima para avançar.
SOJA
Balanço brasileiro: O relatório USDA apontou um ajuste negativo nas exportações da temporada 21/22 em 190 mil toneladas. Para a temporada 22/23, foi elevado o esmagamento em 250 mi toneladas. Dessa forma, os estoques finais do Brasil ficaram em 31,23 milhões de toneladas.
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*Fontes: CBOT, USDA (WASDE report), CEPEA (esalq), Valor Econômico, Inside Research, UDOP.